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terça-feira, 23 de junho de 2009

Apresentando-me, um cozinheiro.





Após a decisão do STF (se não sabe qual, vai se informar rapaz!), imaginei uma deliberação na universidade como se fosse uma reunião do AA, na hora da apresentação.

- Oi, meu nome é Fulano.

-OOOOOOOIII FULAAANO!

- Eu sou um quase formando. Estou a quatro anos na faculdade, não foi fácil entrar aqui, mas realmente tenho tido força de vontade suficiente para estar forte e firme (PARABÉNS FULANO! gritam todos). Hoje estou aqui para contar o meu testemunho de superação.

- Eu sempre quis fazer esse curso. Fui contra tudo e contra todos, para seguir minha vocação. Minha paixão. Pensei em desistir muitas vezes, por falta de perspectiva, ou apenas por vontade de largar tudo. Mas ainda estou firme. Ralando e correndo atrás.

- Mas eu já quase caí nesse tempo. Sofri um baque na última quinta-feira que quase me fez jogar tudo o que tinha conquistado pelos ares. Veio um homem, que se achava conhecedor da verdade, que nunca passou o que eu passei, que nunca leu apenas um livro sobre o que eu faço, e me disse que minha profissão não precisava de formação. Qualquer um poderia fazer.

- NÃÃÃO.... (SUSPIRAM OS OUVINTES)

- Eu congelei. Era muito poderoso aquele homem. O que ele disse, influenciou outros poderosos, e quem sobrou fui eu. Sozinho na batalha. Aquele em quem eu confiei minha última ficha foi absurdamente contra mim. Mas eu não desisti. E não caí.

- MUITO BEEEM FULAAANOOO!

- Só vim aqui, por que se não fosse por vocês, meus colegas, não teria resistido. A tentação foi muito forte. Quero dar uma palavra de incentivo, mesmo que eu não acredite mais.

- Agora meu salário quando sair da faculdade será menor? E o pior... terei que ver pessoas sem instrução, mas com QI alto disputando com vantagem comigo no mercado. Minha profissão não é mais regulamentada. Deve ser muito fácil. Mais então, para que ter o curso? Não sei... Mas fica a força... Juntos podemos!

- Meu nome é Fulano e eu estudo Comunicação, com habilitação em GASTRONOMIA...

Não serei hipócrita de que isso não tem um lado bom, já que como os jornalistas não estão mais presos ao diploma, vão ter que estudar mais e correr atrás do diferencial, que é o que garante emprego hoje em dia. Mas também não precisava apelar né, STF?

Ah! Nisso, ponto para os Filhos de Deus, os crentes, que tem a sua porta aberta não só pelo conhecimento, mas por um patrocinador mais forte! Somos aqueles que realmente possuímos QI. O nome? Jesus Cristo.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Apenas uma palhinha...


Um dos meus escritores favoritos, um dos meus livros favoritos, falou sobre uma dificuldade enfrentada na Copa do Mundo de futebol de 1998, na França. Com vocês, o GENIAL, Luís Fernando Veríssimo, e sua crônica, EMPATIA...



EMPATIA
Nós, os credenciados, éramos invejados. Pertencíamos à ordem dos que entravam onde e quando quisessem, à casta dos imbarráveis. Quem nos visse na rua com nossos emblemas de privilégios pendurados no pescoço podia desconfiar que eles nos davam acesso até as últimas intimidades do Ronaldinho. Acima de tudo, tínhamos o que nenhum torcedor comum tinha, a certeza do melhor lugar no estádio com mordomias inimagináveis por um não-credenciado. Nem os não-credenciados certos de que pelo menos entrariam nos estádios tinham direito a essa certeza, já que muitos descobriram na chegada que suas entradas prometidas não existiam.
Antes do jogo Brasil e Chile, o maior escândalo desse mundial chegou aos credenciados, que tiveram uma amostra do que passam os pobres torcedores enganados. Além da credencial no peito, os jornalistas precisam de uma entrada para a tribuna de imprensa, com o número do seu lugar. Havia mais requisições para postos de imprensa do que postos no Parc des Princes, o critério usado para distribuir os ingressos para uns e deixar outros numa lista de espera não ficou claro, e o resultado foi o fim da nossa empáfia. Houve brigas, protestos – enfim, cenas rasteiras entre os privilegiados, tudo por falta de previsão dos organizadores. No fim, entrou quase todo mundo, o que só prova a falta de bom senso inicial. Pena, porque tudo estava funcionando muito bem até agora. Pelo menos para a turma do crachá.
Crônica originalmente publicada em:
VERISSIMO, L. F. (1999). A Eterna Privação do Zagueiro Absoluto. Ed. Objetiva, Rio de Janeiro. (P. 88-89)

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Até o limite

“Você jura dizer a verdade, somente a verdade, nada mais que a verdade, sobre as penas da lei?” Essa frase, sempre repetida em julgamentos nos grandes filmes hollywoodianos, poderia muito bem ser o último teste necessário para se obter o diploma de jornalista. Mas como não é feita, podemos levantar a seguinte questão: Qual é o limite do jornalista para conseguir fama, dinheiro, ou apenas subir na carreira?
O filme “O preço de uma verdade” (2003) levanta essa questão. O filme conta a história – real – do jornalista Stephen Glass, um jovem jornalista que conseguiu sucesso com muita velocidade, graças ao seu carisma e, principalmente, à sua criatividade.
Trabalhando para uma das maiores revistas do país, a “The New Republic”, Glass era conhecido por precocemente ser um dos jornalistas mais conceituados – e queridos – na redação. Tudo isso graças a uma farsa criada por ele. Dos 41 artigos que escrevera para a revista, descobriu-se mais tarde que 27 eram falsos, das notícias às fontes, tudo minuciosamente preparado para parecer verdade. A criatividade que tanto fora elogiada, volta-se contra o próprio jornalista, num jogo que acabou mal para ele.
O que leva um profissional a fazer o que Glass fez? Nem ele mesmo sabe. O ex-jornalista e hoje advogado disse certa vez em entrevista que faz terapia até hoje para descobrir o que se passou em sua mente. Poderíamos elencar aqui alguns pontos que podem ser a razão disso. Um deles é o fato de que para subir na vida, se faz qualquer coisa. Qualquer coisa mesmo, desde que a promessa no fim de tudo seja um bom salário. No caso do jornalismo, os profissionais devem tomar cuidado com todo o glamour que a profissão oferece. Muitos fazem quatro anos de faculdade apenas para conseguir fama. Mesmo que para isso, tenham que agir impensadamente, passando por cima de valores e de outras pessoas.
Colocados de maneira bastante interessante, surgem alguns problemas éticos enfrentados diariamente pelos jornalistas. Até que ponto deve-se proteger o sigilo das fontes? Até onde deve ir o apoio incondicional do veículo ao seu staff? E talvez a mais importante delas, até que ponto os jornalistas recém formados tem capacitação para serem responsáveis eticamente?
Por mais absurdo que pareça, a mentira no jornalismo é mais comum que se pode imaginar. Desde a invenção de fontes para uma matéria não cair, até mesmo criar todo o conteúdo da matéria. Uma das explicações para isso pode ser a pressão que existe sobre o profissional para sempre ter uma notícia que atraia ao leitor, com a ‘qualidade’ do veículo.
Com um orçamento modesto, cerca de seis milhões de dólares, o filme é bem construído, colocando a vista, problemas que todo veículo jornalístico gostaria de esconder. Não que dentro deles se pratiquem ilegalidades – o que também não quer dizer o contrário –, mas afeta a credibilidade do veículo. Coisa fundamental para a sobrevivência nessa profissão. É um filme que todo estudante de jornalismo deveria ver, e rever, depois estudar sobre, para que não tenhamos mais casos como esse. Mas, fora eles, quando se trata do resto do público, não é um filme que seja indispensável na lista de “filmes que verei na vida”.

Pra começar..




Está valendo! Outro blog de estudante de jornalismo na área...!
A diferença para os outros? Podem nem existir muitas, mas quero ser um pouco mais livre... fora dos padrões e testar coisas novas aqui...

Esse espaço servirá mais para levantamento de discussões do que realmente para afirmar uma verdade... afinal, no jornalismo não existem verdades absolutas... ou existem??


Enjoy it!